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Fontes culturais da música em Goiás 2 - Musica Religiosa em Comunidades Negras

Terreiro do Pai Jerônimo (Goiânia), Povoado de Cedro (Município de Mineiros), Calunga — Riachão (Município de Monte Alegre)

Track NameFontes culturais da música em Goiás 2 - Musica Religiosa em Comunidades Negras
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Gravação de som realizada em setembro de 1974, julho de 1978, janeiro de 1981 e junho de 1982 por Mari de Nasaré Baiocchi e Ornar Carneiro, com gravadores Sharp, National e Aiko. Montagem da fita realizada nos Estúdios Tacape, São Paulo, nos dias 21 e 22 de agosto de 1982. Montagem e supervisão da edição: Conrado Silva. Fotografias: Luiz El ias Junior e Mari de Nasaré Baiocchi. Arte final: Ary Luiz Bon. Filmes de Polychrom. Pesquisa, documentação e produção: Mari de Nasaré Baiocchi. Edições Tacape (Caixa Postal 112 — 36300 — São Jogo deIRei). Brasil, 1983.

Capa e Encarte

Textos do Encarte

FONTES CULTURAIS DA MÚSICA EM GOIÁS - 2

Música religiosa em comunidades negras


TACAPE — Série música dos povos — mono — T 010



FACE A

MÚSICA DE TERREIRO

Ponto de chegada dos Pretos Velhos.

Ponto de Pai Mateus

Ponto dos Pretos Velhos.

Ponto de Santa Bárbara.

Ponto de Firmeza ou de Afirmação.

Ponto de Pai Tomás

Ponto do povo da Costa Africana

Ponto de subida dos Pretos Velhos

Pontos dos Baianos 1, 2 e 3.

Ponto de Maria Baiana.

Ponto de Preto Velho na linha de nagô.

Pontos de subida de Baianos 1 e 2

Terreiro do Pai Jerônimo (Goiânia)


TERÇO CANTADO

Saudação à Nossa Senhora.

Ladainha de Nossa Senhora.

Oração da noite.

Povoado de Cedro (Município de Mineiros)



FACE B

PROCISSÃO DE SÃO SEBASTIÃO

— (São Sebastião da Lavrinha — I tapací)


FOLIA DE SÃO SEBASTIÃO

— (Santa Cruz de Goiás)


FESTEJO DE SÃO JOÃO

Terço cantado

Canto a São Sebastião.

Canto a São João

Ladainha de Nossa Senhora (fragmento)

Salve Rainha

Descida do Folia mastro.

Sussa

Folia

Calunga — Riachão (Município de Monte Alegre)



O interesse da Universidade de Goiás na preservação da memória cultural goiana está na origem da edição desta série de três discos, marco inicial da coleção FONTES CULTURAIS DA MÚSICA EM GOIÁS.


É importante ressaltar dois aspectos fundamentais desta realização: por um lado, tratase de ação concreta com vistas à difusão de trabalhos realizados por pesquisadores ligados à universidade e, como tal, análoga à publicação de monografias e teses; por outro lado, com exceção das modinhas goianas gravadas em auditório convencional, o material aqui reunido foi recolhido em diferentes momentos de exaustiva pesquisa antropológica, sem intenção de montagem de disco. Apesar de alguma imperfeição técnica, optouse por utilizar estas gravações realizadas no curso da pesquisa de campo, conservandolhes todas as características de documentos de trabalho, sem maiores manipulações de estúdio. No caso da documentação indígena e negra, de dezenas de horas de registro direto de diferentes manifestações musicais, foi feita uma seleção de momentos que, se não cobre toda a realidade, pode dar flagrantes de algumas de suas facetas.


A coleção FONTES CULTURAIS DA MÚSICA EM GOIÁS compõemse, em sua fase inicial, dos discos Música Indígena, Música Religiosa em Comunidades Negras e Modinhas Tradicionais. Os méritos da pesquisa e dos registros cabem, exclusivamente, à antropóloga e professora Mari de Nasaré Baiocchi e à cantora e professora Maria Augusta Calado, que assinam os textos analíticos nos encartes dos discos.


MARIA DO ROSÁRIO CASSIMIRO

Reitora da Universidade Federal de Goiás


UFG/SESU - MEC

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO




MÚSICA RELIGIOSA EM COMUNIDADES NEGRAS

O NEGRO FAISCADOR, PARCEIRO, IMPERADOR


Em Goiás, a preocupação em estudar a contribuição e participação do negro na formação sócio-cultural é recente (1970), embora ressalve-se que há exceções (1).

E podemos afirmar que o elemento negro no Estado de Goiás desempenhou desde os primórdios de sua formação histórica importante papel, colaborando na formação étnica e evolução sócio-econômica e cultural.


Nas crônicas e inventários do Bandeirismo figuram negros africanos, que desde os Seiscentos (2) participaram do desbravamento e ocupação do território.


A ação dos negros nas Bandeiras possibilitou a fixação no solo. Assegurada a conquista de novas terras, competia ao negro trabalhá-la, plantar e colher o alimento necessário à manutenção de todos.


No século XVIII, participa das primeiras incursões às terras centrais do continente — às Minas dos Goyases. Após a posse da terra, a vida que ali se instala, objetiva o sonho da riqueza fácil que mora nos rios e montes, no ouro e pedras preciosas. Instala-se a empresa mineradora, e com ela, as pilastras da economia e da sociedade goiana, onde o negro, em parte o índio, representarão seu sustentáculo.


O negro não devia ser visto como escravo, mas como peça principal de uma engrenagem — Economia das Minas (séculos XVII, XVIII, XIX).


Goiás, nasce e cresce sob o símbolo do ouro e da garimpagem, sendo o elemento negro o motor propulsor da estrutura montada "O escravo faiscador, às margens dos rios Vermelho e das Almas, extraía, de sol a sol, o ouro misturado aos seixos e areia. Com bateia de madeira, movimentava a mistura heterogêna de rochas, fazendo acumular os grãos de ouro no fundo, sendo as impurezas extras lavadas pela água que afluía, aos poucos, na superfície da vasilha. Trabalhava, inclinado e seminu, os pés n'água, o corpo exposto ao sol" (3).


Encontramo-lo no século XVIII, em Goiás, essencialmente como minerador, e no século XIX, na lavoura e pecuária.


O negro foi o elemento principal que possibilitou a colonização do vasto território goiano. Com seu trabalho nas minas abarrotava os cofres da Coroa, permitia a abastança dos senhores e deitava na terra as sementes da subsistência do homem implantando a lavoura que mais tarde floresceria. Porém é corrente afirmar-se: "O negro não influenciou a nossa cultura"... "quando o negro veio para Goiás já tinha perdido seus traços culturais, produto que era de cruzamentos secundários, não veio direto da África para Goiás". E na ingênua argumentação demonstra, grosso modo, o silêncio com que foi encarado esse grupo étnico, salvo raríssimas exceções.


Acreditamos que esses posicionamentos se prendem à conspiração do silêncio que aqui chegou à destruição de Templos construídos pelas Irmandades e Confrarias Negras" (4).


Eschwege testemunha: "As mãos e as cabeças dos africanos foram e são ainda as únicas máquinas"... "O escravo tem sido pau de toda obra, lavrador, fabricante de açúcar e aguardente, animal de transporte, máquina de britagem e de pulverização, cozinheiro, pajem, palafreneiro, sapateiro, alfaiate, correio e carregador" (5).


Os homens brancos que vinham para Goiás, em geral vinham solteiros. O cruzamento, a mestiçagem fez parte do sistema escravista, gerando numerosa prole...


Os viajantes e cronistas do século XIX "registram homens de cor" no exercício das mais diversas profissões: padre, juiz, fazendeiro, sitiante. "Toda noite, rodeava o Coronel uma corte numerosa de funcionários públicos, todos negros ou mulatos, tais como os oficiais da milícia, o vigário, o sacristão, o mestre-escola" (6).


O produto da mestiçagem se conhece, porém as origens dos diversos grupos de negros que vieram para Goiás, ainda pouco se sabe. Existem assertivas sobre a procedência angola — conguense ou originários da Costa da Mina, que podem ser "sudaneses não islamizados, quanto negros muçulmanos" (7).


As estatísticas para Goiás em 1804 mostram uma população branca ínfima se comparada à população negra e mestiça (7. 131 indivíduos brancos e 43.633 pardos, pretos e escravos). Em 1872, para uma população geral de 160.000 habitantes, havia 56% de mulatos e 26% de brancos, e escravos, 10.652. Em 1890 os mulatos correspondiam a 42% e os brancos a 34%.


Não só as estatísticas exprimem sua participação, no decorrer do século XIX encontramo-lo no eito, fundando tipografias, criando música, fazendo política e participando de decisões, onde as Irmandades tiveram importante papel...


E hoje, apesar do negro participar com outros grupos étnicos, brancos de várias procedências, e índios, da argamassa que estrutura a Cultura Goiana, vive ainda isolado em comunidades, às vezes quase que totalmente fechadas em si mesmas, mantendo um contato intermitente onde vendem "farinha, polvilho e feijão", para comprar "querosene e sal, algum tecido ou roupas".


Seu isolamento serve de proteção ao seu mundo, onde o parentesco, as lealdades, a palavra fazem parte do código de sobrevivência. Em geral, do mundo da lavoura ou do mundo do boi, lavradores ou vaqueiros, a terra lhes é sagrada como a amada mulher, e nos seus cultos ou rituais aparece como elemento importante...


Contam-se às dezenas os agrupamentos de negros: Cedro, São Sebastião da Lavrinha, Calunga, Almas, Niquelândia, Luziânia... e outros.


Estas comunidades compreendem um repositório do catolicismo rústico (8) e, ao mesmo tempo, apropriam-se do catolicismo para a prática de seus rituais, ou usam-no, adaptando-o aos mesmos.


Os Cedrinos — descendentes de Chico Moleque seu ancestral mitológico, há mais de 100 anos vivem em seu povoado e rezam o terço e louvam a Deus e Nossa Senhora, talvez solicitando proteção às terras que possuem e que foram compradas por Chico Moleque, "trabalhando em dias santos e domingos", e pedindo a volta dos tempos.


"No tempo de Chico Moleque a vida era boa, nós trabaiávamos muito... mais era diferente, ... Depois que morreu Chico Moleque, tudo mudou... Cedro foi diminuindo... E acabou a alegria".


O terreiro ou Centro Espírita de Pai Jerônimo, ou de Dona Brasilina — mãe de Santo, comemora todo o ano a festa do Joaquim de Nagô a 27 de setembro, e antes das comemorações os mediuns se preparam, os Pontos são cantados e dançados, Pontos dos Pretos Velhos, Pontos dos Baianos, acompanham os rituais.


Já em São Sebastião da Lavrinha, contrita, a comunidade negra, principalmente, comemora em janeiro seu Santo protetor — São Sebastião que dá o seu nome ao próprio povoado.


No Centro, como na Procissão o branco pode e participa.


São João, padroeiro de Calunga, município de Monte Alegre, é comemorado por calungueiros, romeiros dos municípios ou comunidades vizinhas, que ali vão em busca de graças, pagamento de promessas ou apenas rever a namorada, realizar trocas ou compras no buteco (venda ambulante, espécie de mascate). E ali, na clareira da mata, por nove dias (novena) — rezam, tecem loas a São João, São Sebastião, Nossa Senhora, e praticam "todo o ritual': Erguem o mastro, fazem procissão da imagem, e dançam a sussa ao som de tambores. O seu som repercute nas serras, vai às entranhas do ser e se quebra nos pés da mulher. Cantam, a folia percorre as casas improvisadas, desce o mastro.


Os foguetes espoucam, e Viva São João!

Viva o Imperador.' Até o ano que vem...

E a mata fica silenciosa... só as onças miam...


O que aqui se apresenta é mínimo perante o universo dos grupos, acumulado no tempo e no espaça E como se fosse apenas um esforço de agradecimento às pessoas com as quais mantive e mantenho contato. E, ao mesmo tempo, algo de imensurável enquanto apresento as comunidades de Cedro, Calunga, São Sebastião da Lavrinha e Santa Cruz, e de inicial na pesquisa e na busca das fontes primárias da cultura goiana.


MARI DE NAZARÉ BAIOCCHI



Notas:

1. Baiocchi, M. N. in Negros de Cedro. Tese. 1980.

2. Ibid.

3. Saltes, Gilka V. F. de — O trabalhador escravo em Goiás nos seáulos XVIII e XIX. In VI Simp. Nac. dos Prof. Univ. de História Goiana. 1971. p. 13.

4. Baiocchi, M. N. — Op. cit.

5. Eschwege, W. L. — Von-Pluto Brasiliensis. Cia. Ed. Nacional. São Paulo. 1944, p. 155,455.

6. Castelnau, Francis. Expedição às Regiões Centrais da América do Sul, Cia. Ed. Nacional. S. Paulo. 1949. p. 209.

7. Baiocchi, M. N. — Op. cit.

8. Queiroz, Maria Isaura Pereira de — O Campeonato Brasileiro: ensaios sobre civilização e grupos rústicos do Brasil. Ed. PUC. São Paulo. 1973.



MÚSICA DE TERREIRO (Goiânia)

Terreiro de Pai Jerônimo.


Mãe de Santo — Brasilina Caldas Marfins.

Pai de Santo — Firmino Martins do Nascimento.

Médiuns que cantam: Dona Coió, Ismália, Celene e Cirico, Itauci, João, entre outros.


Gravação realizada na festa Joaquim de Nagô que comemoram a 27 de setembro, porém em 1974 realizou-se no dia 29. Joaquim de Nagô é menino e festeja seu aniversário distribuindo doces e presentes às crianças.

Antes da festa começar os presentes cantam os pontos — dos Pretos Velhos, dos Baianos, de Santa Bárbara, para que desçam e venham participar... depois cantam despedindo-se... e a festa do Joaquim de Nagô continua...



TERÇO CANTADO

(Povoado de Cedro — Município de Mineiros)


Povoados com maioria de população negra pontilham o Estado de Goiás — Cedro é um deles.


Os cedrinos guardam com carinho seu código de vida, onde as lealdades, o parentesco, a família, a terra representam bens simbióticos e inalienáveis ao homem.A religião para o cedrino é parte da vida, é importante e funcional. A comunidade elege seus santos e ritos conforme as necessidades, que podem ser de ordem emocional, social e econômica. Rezam em conjunto, independente das comemorações de seus Santos.


Em Cedro, o catolicismo popular legitima-se da mesma forma que o catolicismo oficial cultuando os Santos. As noites os cedrinos reunem-se em casas, e rezam Novenas, Ladainhas, Saudações e Orações para uma boa noite para todos.


O que aqui se apresenta não engloba todo o universo religioso cedrino apenas trechos de Novena, ou seja:

1. Saudação à Nossa Senhora

2. Ladainha de Nossa Senhora

3. Oração da Noite



PROCISSÃO DE SÃO SEBASTIÃO

(São Sebastião da Lavrinha — Itapaci)


Em janeiro (20), a comunidade de São Sebastião da Lavrinha deixa os seus afazeres das roças e da cidade, reunindo-se para comemorar seu Santo Padroeiro. Homens, mulheres e crianças, descendentes de negros dos tempos da mineração, dirigem-se a Capela por eles construída onde mora o São Sebastião. Dali saem cantando e dando vivas a seu Santo, percorrem a única rua, felizes nesse dia. As orações são cantadas na Procissão, acompanhadas por caixas.


FESTEJO DE SÃO JOÃO

(Calunga - Riachão - Município de Monte Alegre)


Após as colheitas de abril e maio o calendário torna-se pequeno para os Festejos, comemorações e a prática do culto aos Santos nas cidades ou povoados. A tradição resguardada vem à superfície, a religião e o lazer se mesclam em rituais que caracterizam hoje uma sociedade umbelicalmente ligada ao mundo rural. Ao espoucar dos foguetes que ribombam nas serras da Contenda, do Riachão, da Calunga iniciam-se os Festejos e a Novena. A cada novo festeiro que chega mais foguetes estouram. A capela construída numa clareira torna-se pequena para abrigar à todos que então se espalham pelo chão em derredor todas às noites, de 15/06 a 23/06.


Homens, mulheres e crianças de qualquer idade, transmudam-se, e, em uma só voz cujo murmú-rio às vezes confunde-se com o ruído do vento cantam o terço, cantam a São Sebastião e São João. A Ladainha de Nossa Senhora e o Salve fa-zem parte da Novena ao Santo Padroeiro — São João.


Senhor Laurindo, zelador do Santo (São João) que foi do seu avô, sustenta os cantos junto com Santino, Servino, Procópia, Leocadia, Badra e tantos outros. No dia 23/06 a imagem sai da capela em pro-cissão, é colocada no mastro. Quinze homens o levantam. O mastro empina nos ares! Lá ficará até outro dia (25/06) reinando sobre a mata e os homens.

Ao pé do mastro dão vivas, cantam e dançam:

Viva todos que está na função!

Viva o Senhor São João!

Imperador, Imperador,

a bandeira do mastro levantou!


Em procissão, cantando e tocando dão 3 voltas em torno ao mastro. Zabumba, caixas, pandei-ros, pé de bode não param de tocar misturando seus sons aos fogos que não param de explodir...

Imperador, Imperador, Imperador! Salustiano toca, é o zabumba do mastro, todos cantam Procópia, Badra, e vão à casa do Festeiro do dia para dançar e beber. Bebem, começa a Sussa: as mulheres dançam com a garrafa na cabeça, e lá vai o maribondo... Sinhá...

E viva o Senhor São João!

Apressam o ritmo, violento, belo, puro!

A sussa...


Dia 25/06 descem o mastro, Senhor Laurindo e Senhor Felício dessamarram a imagem, as mu-lheres cantam e saem em cortejo para a Capela.

Imperador, Imperador!

Ontem eu fui

hoje eu não sou,

quem será o Imperador?

E a sussa novamente...

Imperador, Imperador,

Receba seu mastro Imperador

Ontem eu fui, hoje eu não sou

Quem será o Imperador?

Imperador, Imperador,

Receba sua Coroa Imperador

Ontem eu fui, hoje eu não sou

Quem será o Imperador?



FOLIA DE SÃO SEBASTIÃO

(Santa Cruz de Goiás)


Para o êxito da Festa de São Sebastião a 20/01, é necessário que se divulgue e angarie donati-vos, organizam um grupo de homens e mulhe-res — A Folia — que sai "por aí" com sua bandeira...


A Folia de São Sebastião inicia dia 15/01 e termina a 20/01 — dia da entrega na Igreja N. Senhora da Conceição. Entrega das oferendas re-cebidas pelos foliões que percorreram as ruas da cidade, e as fazendas circunvizinhas.

Senhor Alberto da Paz — Rei da Folia, compositor e músico diz: "desde meus 16 anos canto pelas roças, aprendi, e venho seguindo a tradição".


Cantores:

Sr. Alberto da Paz - voz principal

Ionildes Gonçalves - resposta

João Braulino — 2a. voz

Joaquim Pinheiro — voz de tenor

Sérgio Alves Brasileiro - voz de contralto

Alexina Teixeira da Mota

Oscalina Lopes

Mestre da caixa - Joviano de Souza Lobo (Tuca)

Viola de 10 cordas — Sr. Alberto da Paz

Violão Ionildo Gonçalves


A gravação desta faixa foi feita no Salão Paroquial / Santa Cruz/1981, após a chegada da Folia à Igreja.



MINAS DOS GOYAZES - GOYAZ - GOIÁS (II)


Condições históricas peculiares, a distância da Costa, do Poder Central, dos centros de abastecimento e sua posição mediterrânea preservaram o patrimônio cultural ancestral e o legado dos povos índios, brancos e negros, no Estado de Goiás, apesar da destruição realizada "na busca de riquezas", ontem e hoje.


Há 10.000 a.C., quiçá mais, em seu território, caçadores usavam o arco e a flecha. Moradores de grutas e abrigos nas rochas, agricultores do machado de pedra lascada ou polida, construtores de aldeias deixaram mensagens as pinturas, os petroglifos (2). Escreviam no livro da vida a sua história.


As crônicas e documentos da conquista de seu território, desde as primeiras incursões onde sobressaem os Jesuítas até a colonizarão e ocupação definitiva no século XVIII - realizada pelos Bandeirantes paulistas, Bartolomeu Bueno da Silva e João Leite da Silva Ortiz - atestam a extensão de seu povoamento. Nos mapas, os conquistadores localizam grupos tribais em todo o território goiano, a terra está ocupada, porém objetivos outros (o minério, as Pedras preciosas, braços para o trabalho escravo) geram no branco a determinação, a coragem de rasgar caminhos, transpor serras e rios caudalosos, enfrentar feras e matas escuras, onde a qualquer momento terão que se haver com os seus habitantes realizam a Epopéia Bandeirante.


Os primeiros arraiais são iniciados - centros de garimpo da empresa mineradora: Arraial da Barra, Minas de Nossa Senhora de Santana de Vila Boa, Ouro Fino, Ferreiro, Anta, Santa Rita e Meia Ponte (3), A fé comparece, erguem-se as capelas, depois as igrejas, onde o índio e o negro que aqui veio como escravo pára trabalhar na mineração, sobressaem como artífices de um colonial genuíno, despojado: Igreja da Boa Morte, Nossa Senhora do Rosário dos Pretos (4).


A Província Goiana, com as Províncias de Minas Gerais, de Mato Grosso, da Bahia e uma parte da Província de São Paulo, compõe a regulo mineradora que, a partir do século XVIII, domina a economia nacional, atendendo aos interesses d’Além mar Portugal, Inglaterra...


O povoamento e a colonização prosseguem violentos e audazes, a seda do ouro move a todos. "A economia das minas provoca a imigração de milhares de pessoas pata o Brasil e partas regiões auríferas. Cada ano vêm nas frotas grandes quantidades de portugueses e estrangeiros, para as minas das cidades, vilas, recôncavos e sertões do Brasil; vão brancos, pardos e pretos, e muitos índios, de que os paulistas se servem. A mistura é de toda condição de pessoas: homens e mulheres, moços e velhos, pobres e ricos, nobres e plebeus, seculares, clérigos e religiosos de diversos institutos, muitos dos quais não' têm no Brasil convento nem casa" (5).


No século XIX, após a mudança do eixo econômico para a agropecuária, incrementa-se o processo de ruralização. Os arraiais são abandonados, embora desde o inicio não tenham constituído centros urbanos definitivos: "O povo andava flutuando como um navio impelido pelo vento; quando se descobria uma mancha ou pedreira rica de ouro, corria àquele lugar imensa gente de todas as cores... e desaparecia, apenas o metal também se acabava ou a sua extração era dificultosa... No Distrito de Pilar existiam mais de 9.000 escravos, no dia de hoje toda a sua população monta a menos de 3.000 almas, inclusive os escravos" (6).


E assim, despovoa-se o meio urbano, agonizam as vilas e povoados – “os arraiais da Barra, Santa Rita, Ferreiro, Ouro Fino e outros são montes de ruínas, a cidade mesmo (Vila Boa, a capital já foi mais extensa e populosa)" (7). O processo de ruralização efetiva a verdadeira conquista territorial. Grupos de famílias internam-se no sertão e fixam-se em grandes e pequenas unidades produtoras as fazendas de criação, as roças e os sítios. A agricultura de subsistência e o criatório expande-se. O norte goiano mantém a primazia no criatório, milhares de cabeças de gado vacum e empatar são criados à larga. Já a lavoura privilegia o sul.


O contratador, o mineiro, o faiscador desaparecem do cenário, o escravo continua... e com ele o roceiro, o agregado, o camarada, o sitiante, o parceiro, o fazendeiro, o coronel, acompanhando a substituição das minas pela lavoura e a pecuária. A terra passa a representar o bem maior, instituem-se os muros de pedra e os regos para separação das propriedades. O criatório extensivo expande-se sem cessar Nordeste, Noroeste, Centro e Sudoeste.


Nascem novos arraiais, seguindo um ciclo evolutivo mais fixo à terra goiana com tendência a perdurar, o que em muitas vezes não aconteceu na mineração. Levas de paulistas, mineiros, baianos... aqui vêm se instalar. A população de 53.322 habitantes em 1804. chega a 255.000 em 1900.


O movimento anti-escravista agita o meio urbana e leva a mulher a realizar saraus para a liberdade. Os Partidos e organizações incrementam-se. Nascem jornais (AImanach, 1886), escolas (O Lyceu, 1847), teatros, conjuntos orquestrais. bandas de Música, bibliotecas, faculdades.


Publicam-se livros, surge a literatura regionalista (8), refletindo a realidade cultural... O eito, o garimpo, o folclore, o coronel, o lavrador. As três primeiras décadas do século XX representaram um marco na cultura goiana. Mais jornais, revistas, saraus literários. Discussões nas Faculdades. Movimentos Políticos. Revolução de 30... E mudam a capital. Goiânia, inaugura-se em 1942. Funda-se o Museu Zoroastro Artiaga, o Departamento Estadual de Cultura (1946). Surgem as Universidades...


Documenta-se a memória histórica, delineia-se, e registra-se a cultura goiana.


Novos surtos migratórios: árabes, alemães, italianos, suíços, japoneses, russos, poloneses, tchecoeslovacos, húngaros... vêm contribuir na nossa formação cultural...


Goiás de portas abertas!


Nesse cadinho de povos vários, de mesclada procedência, faz-se a miscigenação biológica e cultural, nas margens do Berohocã (9). Tocantins, Paraná. No Mato Grosso goiano, nas serras e vales, nos aldeamentos, arraiais e vilas... Goiás - amálgama de povos bulias, negros e brancos.


Nos seus quase três séculos de existência (1722), gera o homem da terra: mamelucos, mulatos, cafusos, cabra e o tipo pardo, o tipo goiano, e conserva ainda seu primitivo dono, o indígena, nos aldeamentos Karajá, Xerente, Apinayé, Krahó. E. nos platôs e vales de suas serras e chapadas, guarda os descendentes dos filhos d'África. Gera a cultura, a cultura da terra, que este pequeno retrato não poderá sintetizar... será um close apenas...


Duzentos e vinte e três municípios formando uma sinfonia cromática entrelaçam culturas. O calendário de 365 dias torna-se pequeno para as multifacéticas manifestações de suas tradições, seu folclore.


As Folias de Reis, Festas de São Sebastião iniciam o ano, preâmbulo para o carnaval e o retraimento da quaresma, pois as mulas sem cabeça, os Romãozinhos (10) andam soltos. E preciso ler cuidado! Rezar e benzer (11).


As matracas, no seu tac-tac, anunciam a Semana Santa (cidade de Goiás). De maio em diante, quando a brisa estria, o céu aparece mais, os dias se perdem entre o desmaiar do sol e o nascer da lua, a maior colheita está feita e os lavradores da terra e do gado podem entrar em intermezzo necessário para recobrar energias e outras coisas mais: começam as Novenas para Nosso Senhora, Santo António (das moças solteiras). São João e São Pedro. Folias do Divino, Desobrigas, Cavalhadas, Congadas, Contradança e as Romarias: Trindade (05/07), Bonfim, Muquém, da Lapa, Terra Ronca, das Almas, D'Abadia e infinidades delas menores em grandezas.


E o Divino seja louvado!


Nas romarias, assiste-se ao encontro de milhares e milhares de pessoas, devotos contritos pagando promessas, pagando apostas, trocando mercadorias - hábito de sociedades agropastoris (as feiras do medievo?).


Praças, templos, grutas, campo aberto, matas, tudo se transforma. Erguem-se abrigos provisórios, barracas de todos os tipos e tamanhos, e o comércio intensifica-se: troca-se ou vende-se de tudo nos butecos e quiosques improvisados ou particularmente mascates, doceiras, quitandeiras...


Os romeiros chegam do norte, sul, leste, sudoeste e nordeste goianos, como também da Bahia, de Minas e de outros Estados...


Nasce uma cidadela! E, naqueles dias, só entra em pauta a vida que ali se instala. O Sagrado e o Profano se intercalam, os ritos se sucedem: batismos, crismas, noivados, casamentos e.. mesmo morte. Ao lado da liturgia e dos cânticos religiosos, os fogos estouram, a viola e a palma marcam a catita. O tambor, a russa, as rezas, Comerciam, dançam e amam!


E eis o retrato possível!


Mari de Nasaré Baiocohi



Notas:

1. Denominação dada ao atual Estado de Goiás.

2. Baiochi, M. N. nventário Arqueologico do Estado de Goiás. Oriente. Goiânia. 1972.

3. Teixeira, Amália Hermano História de Goiás. In: Enciclopédia Delta Larousse. Rio de Janeiro, Delta, 1960, v. 6, p. 3099-4001

4. Baiocchi, M. N. Inventário Arqueológico do Estado de Goiás. Oriente, Goiânia. 1972.

5. Antonil, André João Cultura e Opulência do Brasil por suas drogas e Minas. Rio de Janeiro. Cons. Nac. de Geografia. 1967.

6. Mattos, Raymundo José da Cunha Chorografia Histórica da Província de Goy Lider, Goiânia, 1979

7. bid

8. Ramos, Hugo de Carvalho Obras completas. Coleção Panorama da Literatura, shed. v. 3. São Paulo. 1949

9. Uma das denominações do rio Araguaia (Tarajá)

10. Lacerda, Regina Seleção. Antologia Ilustrada do Folclore Brasileiro. Estórias e Lendas de Goiás e Mato Grosso, 2a. ed. Edigraf Ltda, p, 80. sld

11. Mota, Atico Vilas-Boas da Rezas, Benzeduras Oriente. Goiânia, 1977. Imagem de São João



MÚSICA DE TERREIRO


1. Ponto de chegada dos Pretos Velhos

Pretos Velhos que "avém" da cangira,

Papai de Umbanda mandou lhes chamar...

Quero ver Pretos Velhos chegar

e os "médios" não balancear. SARAVÁ!


2. Ponto de Pai Mateus

Galo cantou e o sino bateu,

e foi na hora que Jesus nasceu,

nos braços da Virgem Maria, meus irmãos!

É o nosso bom Pai Mateus.

SARAVA!


3. Ponto dos Pretos Velhos

Baixai, Ó baixai!

Ó Virgem da Conceição,

Maria Imaculada,

pra tirar perturbação.

Se tiver praga de alguém

desde já seja tirado,

levando "pro" mar adentro

"prás" ondas do mar sagrado.


4. Ponto de Santa Bárbara

Santa Bárbara Virgem,

seu cabelo é louro,

a morada dela é na pedra do ouro.

Virgem Santa Bárbara

quer correr não pode.

Santa Bárbara Virgem,

Mãe de Misericórdia!


5. Ponto de "Firmeza ou de Afirmação"

Nesta casa que tem quatro cantos,

cada canto tem seu santo.

Olha Viva Jesus e Maria

e o Divino Espírito Santo!

Zum, zum, zum,

ai meu Deus que bom que é,

inimigo vai, inimigo vem

eu estou de pé.


6. Ponto de Pai Tomás

Pai Tomás é Preto Velho,

Preto Velho rezador.

ele traz sua "pemba" na mão

e o rosário de Nosso Senhor.


7. Ponto do "povo" da Costa Africana

Africano, "oia" a Costa,

"Oiá" o rastro na areia...

O Africano "oia" a Costa.

"Oiá" o rastro na areia...


8. Ponto de "subida" do Preto Velho

Preto Velho já vai embora,

Ele vai pra sua Aruanda,

A benção meu Pai,

proteção pra nossa Umbanda.


9. Ponto dos Baianos 1

A baiana chegou da Bahia,

todo mundo comeu vatapá,

pra comer vatapá e acarajé,

comida de Santo

quem é que não quer?

Pra comer vatapá

só a baiana que sabe fazer,

tem, tem, tem ó baiana

tem, tem, tem vatapá

feitiço em teu olhar...


10. Ponto dos Baianos 2

Ai côco deu, côco dá

na ladeira do Penha

Ai, quem quiser côco maduro

é só pedir que os baiano dá.


11. Ponto dos Baianos 3

Bahia, Ó África

vem cá nos ajudar...

Força baiana, força africana,

força de Deus, vem cá, vem cá!


12. Ponto de Maria Baiana

Meu nome é Maria Baiana,

pra que foi que me chamou!

Cadê as enfemidades?

Maria Baiana já tirou...


13. Ponto de Preto Velho na linha de nagô

Na Bahia tem nagô,

tem "négo" tem,

tem nagô, tem africano

tem "négo" tem...


14. Ponto de subida de Baiano I

Baiano já vai

já volta para Aruanda

A benção. meu Pai,

protetor da nossa umbanda


15. Ponto de subida de Baiano II

Vamos embora Baiano

vamos para o lado de lá

visitar Senhor do Bonfim

trabalhar noutro lugar


TERÇO CANTADO


1. Saudação à Nossa Senhora (Deus vos salve)

Deus vos salve

Mãe de Deus Filho

Deus vos Salve

Glória Patri et Filio et Spiritui Sancto

Sicut erat in principio et nunc et semper

et in secula seculorum. Amen.


2. Ladainha de Nossa Senhora

Esta ladainha como uma parte da Saudação anterior é cantada em "latim sertanejo" reproduzindo o catolicismo oficial.


Kyrie eleison

Christe eleison

Kyrie eleison, miserere nobis

Christe exaudi nos (2 vezes)

Pater de coelis Deus miserere nobis

Fili Redemptor mundi Deus

Spiritus Sancte Deus

Sancta Trinitas unus Deus miserere nobis


Sancta Maria, Sancta Dei Genitriz,Sancta Virgo virginum, ora pro nobis,

Mater Christi, Mater divinae gratiae, Mater purissima, ora pro nobis,

Mater castíssima, Mater inviolata, Mater intemerata, ora pro nobis,

Mater arnabilis, Mater admirabilis. Mater boni consilii, ora pro nobis,

Mater Creatoris, Mater Salvatoris, Virgo prudentissima, ora pro nobis,

Virgo veneranda, Virgo praedicanda, Virgo potens, ora pro nobis,

Virgo clemens, Virgo fidelis, Speculum justitiae, ora pro nobis,

Sedes sapientiae, Causa nostra laetitiae, Vas spirituale, ora pro nobis,

Vas honorabile, Vas insigne devotionis, Rosa mystica, ora pro nobis,

Turris Davidica, Turris eburnea, Domus aurea, ora pro nobis,

Foederis arca, Janua caeli, Stella matutina, ora pro nobis,

Salus infirmorum, Refugium peccatorum, Consolatrix afflictorum, ora pro nobis,

Auxilium Christianorum, Regina Angelorum, Regina Patriarcharum, ora pro nobis,

Regina Prophetarum, Regina Apostolorum,Regina Martyrum, ora pro nobis,

Regina Confessorum, Regina Virginum, Regina Sanctorum omnium, ora pro nobis,

Regina sina labe originali concepta, Regina sacratissima Rosarii,

Regina pacis, ora pro nobis.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, parca nobis Domine.

Agnus Dei, qui tollis peccata mundi, exaudi nos Domine.

Agnus Dei qui tollis peccata mundi, miserere nobis.


3. Oração da Noite:

Ele é um só Deus, pessoas três!

Agora e sempre, sempre amém.

Amado Jesus, José Joaquim,

Ana e Maria,

eu vos dou o meu coração

e a alma minha.

Assiste-me com piedade

na última agonia.



PROCISSÃO DE SÃO SEBASTIÃO

O' viva, o' vivai

Viva todo rei, viva!

Viva São Sebastião,

Padroeiro do lugar.


FOLIA DE SÃO SEBASTIÃO

ó de casa morador

vem aqui neste salão


Vem receber a bandeira

do mártir São Sebastião


Senhora, Dona da casa

vem pegar nesta bandeira


São Sebastião lhe visita

com sua família inteira


Tá pegada na bandeira

urna senhora casada,


Deus proteja o seu marido,

os seus filhos e sua morada,


Os de casa conservai,

São Sebastião lhe acompanhe.

Estou rodando por Jesus

para ser,

para ser ao nosso bem.

Para ser ao nosso bem


Retratouse,

Retratouse por uma imagem,


E logo no primeiro dia,

É só de Deus

É só de Deus e da Divindade,


Resplandeceu a divindade

Do nascente,

do nascente para o poente,


Por "ahora" eu vou chegando,

O Santíssimo,

O Santíssimo Sacramento,


E o Santíssimo Sacramento,

Corre o mundo,

Corre o mundo todo em cruz.


Nessa hora foi chegando,

nosso amado Jesus,


Nosso amado Jesus

Foi chegando

foi chegando de lá da glória



FESTEJO DE SÃO JOÃO


1. Terço Cantado

a) Ave Maria, cheia de graça...

b) Glória Patri et Filio, Patri

Et Spiritui Sanem, Glória

c) "Estrela matutina...

São João Santo

Jesus, Maria

Eu quero estar convosco

no último suspiro..."


2. Canto a São Sebastião

Que santo é aquele,

que 'sevem" de lá de fora?

E o São Sebastião

mais a Nossa Senhora.


Que santo é aquele

que "evém" de lá de dentro?

E o São Sebastião

mais a Santa Obediência.


Que santo é aquele

que "avém" lá no andor?

E o São Sebastião

mais o Nosso Senhor.


Meu São Sebastião,

inda agora eu vou pedir,

pra no dia do castigo

é favor nos assistir...


3. Canto a São João

São João Santo,

de Jesus amado

Valhame sempre

com Vosso amparo.


São João Santo,

de Jesus querido!

Valhame sempre

com Vosso patrocínio


São João Santo,

de Jesus e Maria...

Eu quero estar com você

no último suspiro.


São João Santo

de Deus Onipotente,

valhame sempre

e para eternamente.


4. Ladainha de Nossa Senhora

Rezada em "latim sertanejo" acompanhando o terço e os cânticos aos Santos. Não importa que a Novena seja em homenagem a São João, os outros santos também tem a sua vez...

O texto é igual ao que aparece na Ladainha do grupo de Cedro.


5. Salve Rainha

Texto variado desta antífona, em português, seguido de texto variado, em latim, da antífona "Sub tuum praesidium".


6. Descida do mastro

Imperador, Imperador!

Ontem eu fui

Hoje eu não sou

quem será o Imperador?


Imperador, imperador!

receba seu mastro Imperador

hoje eu não sou

quem será o Imperador?


Imperador, Imperador!

receba sua coroa Imperador

hoje eu não sou

quem será o Imperador?


7. Sussa


8. Folia

A chegada de Jesus

Corre o mundo,

Corre o mundo todo em cruz,


Quem perdeu o céu e a terra?

Separou,

Separou Nosso Senhor. S


eparou Nosso Senhor!

Foi nascendo,

Foi nascendo em Belém.


Estou rodando por Jesus,

Para ser,

Para ser ao nosso bem.


Para ser ao nosso bem,

Retratou-se,

Retratou-se por uma imagem,


E logo no primeiro dia

É só de Deus

É só de Deus e da Divindade.


Resplandeceu a divindade

Do nascente,

Do nascente para o poente.


Por "ahora" eu vou chegando,

O Santíssimo,

O Santíssimo Sacramento.


E o Santíssimo Sacramento,

Corre o mundo,

Corre o mundo todo em cruz.


Nessa hora foi chegando,

Nosso amado

Nosso amado Jesus.


Nosso amado Jesus

Foi chegando

Foi chegando de lá da glória.


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