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Compositores Latino-americanos 2

Beatriz Balzi

Track NameCompositores Latino-americanos 2
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GRAVAÇÃO DE SOM realizada nos dias 18 e 19 de abril de 1986 no Auditório do MASP, São Paulo (2 microfones AKG D 414, Gravador Revox A 77, fita BASF SP54R) com exceção da obra CONTRASTES, gravada no Nosso Estúdio, São Paulo no dia 29 de abril de 1980. Montagem de fita nos estúdios TACAPE — São Paulo, no dia 06 de maio de 1986. Matrizado na Continental. Gravação (com exceção de Contrastes), edição e supervisão de Conrado Silva. Desenho e projeto da capa de Juan José Balzi. Fotografia de Hejo. Paste-up de Johnny Suguimoto. Filmes da Polychrom, SP, Edições TACAPE (Caixa Postal 112, 36300 — São João Del-Rei, MG.) Brasil, 1986

Capa e Encarte

Textos do Encarte

BEATRIZ BALZI 2

COMPOSITORES LATINO AMERICANOS


Face A

1. Carlos G. Uastavino - Sonata Para Piano

2. Eduardo Caba - Lenda Keshua

3. Carlos Sanchez Málaga - Yanahuara


Face B

1. Mario Lavista - Simurg

2. Gilberto Mendes - Los Três Padres (Tango)

3. Sergio Vasconcellos - Cor Rea Contrastes



CARLOS GUASTAVINO


Nasceu na província de Santa Fé (Argentina) em 1914. Nesta cidade começou seus estudos de piano e órgão e paralelamente ao desenvolvimento de seus estudos musicais estudou Engenharia Química na Universidade do Litoral. Ganhou uma bolsa para aperfeiçoar seus estudos musicais em Buenos Aires estudando no Conservatório Nacional com Athos Palma.

Mesmo tendo composto obras para grande orquestra (Sinfonia Argentina e vários bales entre os quais Era una vez..., obteve vários prêmios), seu nacionalismo pitoresco realiza-se melhor na obra vocal e para piano. São as mais representativas pela sua harmonia e intenção expressiva. De um estilo pós-romântico determinante, são as danças argentinas: Jujefia, Aire de Gato, Tierra Linda e Bailecito assim como suas 6 danças em forma popular. Compôs mais de 60 canceles sobre poemas americanos e espanhóis das quais várias ultrapassaram as fronteiras do continente. Entre as mais conhecidas figuram: Pueblito mi pueblo, Se aqui vocó la paloma e Canción dei Estudiante,

A Sonata para piano foi estreada no Carnegie Hall em 1947, composta seguindo a forma romântica, possui temas e ritmos muito evocadores do ambiente argentino. O scherzo está escrito em compasso 3/4 estando o tempo prima representado por compassos em quintinas de colcheias. No 49 movimento, na Fuga, utiliza uma melodia popular da província de La Rioja: Vi-nien-do de chi-le-ci-to- Em El ca-mi-nom-com-tré



SÉRGIO VASCONCELLOS CORRÊA


Nasceu em São Paulo-Brasil em 1934. Diplomou-se pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, iniciando em 1956 estudos de composição com Camargo Guarnieri e harmonia e regência coral com Martin Braunwieser. Estudou também regência com Swarowski e Simón Blech.

Tem recebido numerosos prêmios 'pelas suas obras entre os quais o troféu de músico erudito de 1974 pelo conjunto das suas obras outorgado pela "Associação Paulista de Críticos de Arte" Foi também o primeiro compositor a receber o prêmio "Governador do Estado" em 1974. Desempenhou-se como crítico musical no jornal "Folha da Tarde" de São Paulo. É intensa a sua atividade como docente tendo lecionado em muitas escolas e universidades do país sendo atualmente professor do Departamento de Música do Instituto de Artes do Planalto da Universidade Estadual Paulista (IAP-UNESP).

Sua obra compreende mais de 110 peças de vários gêneros sendo boa parte para piano. Citamos, entre outras, Seresta (1961), su ites infantis, introdução e Chdros (1963), Toccatina, estudos, Seresta para piano e orquestra de cellos, Suite Piratichega (1962); trio para violino, piano e cello (19641; Concertante (1970) para percussão, orquestra e fita magnética; Potyron (1978); concerto para piano e orquestra (1981), etc.

Contrastes foi composta em 1968 e recebeu no ano seguinte o prêmio de público de Instituto Goethe de São Paulo num concerto dedicado à música nova brasileira. Esta obra, escrita na forma de Tema com Variações, procura na sua essência-explorar algumas das possibilidades dinamogénicas do próprio tema (Truvezáro — Canto de Xangô — página 249 do volume de MELODIAS REGISTRADAS POR MEIOS NÃO MECÂNICOS, editado em 1946 pelo Departamento de Cultura da Prefeitura Municipal de São Paulo e recolhido em Salvador-Bahia por Camrgo Guarnieri), que na concisão sonora, na angulosidade melódica, no ritmo incisivo e rude, bem como na nudez selvagem da sua mensagem, serviu para provocar no compositor a vontade de aceitar o desafio de transformá-lo, dando-lhe conotações outras que não aquelas evidentes. Desse modo sucedem-se, após o Rude/Selvagem original, os seguintes contrastes: SOLENE — SALTITANTE/ATREVIDO — CALMO—AGITADO — NOSTÁLGICO — RUDE/SELVAGEM.



GILBERTO MENDES


Nasceu em Santos, Brasil em 1922. Iniciou seus estudos musicais aos 18 anos no Conservatório Musical de Santos, matérias teóricas com Envies de Benedictis, piano com Antonieta Rudge.

Um dos signatários do "manifesto música nova" (revista "Invenção", 1963, SP), é também um dos pioneiros no Brasil a compor música concreta, aleatória, micro-tonal, bem como "teatro musical", novos grafismos, experiências "mixed-media", tudo isso no início da década de 60. Deu aulas de composição em diversas universidades, inclusive nos Estados Unidos, em "The University of Wisconsin-Milwaukee", como "Guest Professor" para o ano acadêmico 78/79, e em "The University of Texas at Austin", como "Tinker Visiting Professor", durante o "spring semester" de 1983.E professor no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Idealizador e organizador do "Festival Música Nova de Santos", a mais velha mostra, realizada em toda a América Latina, da música de vanguarda contemporânea.

The Three Fathers ou Los Tres Padres, em seu título para a América Latina, foi composta em 1984, encomendada para a "International Tango Collection" a ser publicada pela Quadrivium Music Press, N. York, segundo uma ideia do pianista norte-americano Yvar Mi khashoff. Este pianista convidou compositores de 30 países (somente da área erudita, incluindo nomes como John Cage, H. K. Stockhausen, Aaron Copland) para comporem tangos com a duração máxima de 3 minutos, e estreou todos numa maratona de 7 horas em "The North American New Music Festival 1985" em "The University of N. York" at Buffalo. Los Tres Padres são Ernesto e Fernando Cardeal, e Miguel D'Escoto, ministros do governo sandinista da Nicarágua (o tango é uma homenagem a eles), representados por 3 temas desenvolvidos dentro de uma concepção erudita.



CARLOS SANCHEZ MÁLAGA


Nasceu em Arequipa, Perú, em 1904. Em 1929 fundou o Conservatório "Bach" de Lima. Dirigiu o Conservatório de La Paz (Bolívia) de 1923 a 1929 e o de Lima de 1932 até 1951- Entre suas obras merecem citar-se, Crepúsculo-vésperas (1933), Acuarelas, infantiles para piano, Bailecito boliviano, Danza aymará, Huayno, Yaravi, etc. Em todas percebe-se a tendência a uma sublimação folclórica. Procura uma temática não precisamente originária, mas essencial.

Yanahuara (Dia de defuntos) foi composta em 1935. Utilizando como base a escala modal, expressa os diferentes estados anímicos próprios ao caráter da obra através de variada exposição rítmica.



MARIO LAVISTA


Nasceu na cidade de México em 1943. Estudou composição com Carlos Chávez e Héctor Quintanar na Oficina de Composição e análise musical com Rodolfo Halffter no Conservatório Nacional de Música.

De 1967 a 1970 foi bolsista do governo francês para estudar em Paris com Jean Etienne-Marie. Assistiu aos cursos internacionais de Música Nova de Darmstadt participou dos seminários ditados por Pousseur, Ligeti e Stockhausen.

Em 1970 fundou o grupo de improvisação musical Quanta interessado na criação-interpretação simultânea e nas relações entre a música "ao vivo" e a eletro-acústica.

Nos últimos anos tem trabalhado em estreita colaboração com vários instrumentistas, interessado na exploração e investigação das novas possibilidades técnicas e expressivas que oferecem os instrumentos tradicionais. E professor de composição, análise e linguagem musical do século XX no Conservatório Nacional de Música e na Escola Ollin Yoliztli, e diretor de Pauta, cadernos de teoria e crítica musical.

Obras recentes (1983 - 1985): Correspondências (Muench-Lavista) para piano; Três canções para mezzo e piano (textos de Po Chu Yi y Li Chang Yin); Reflejos de la Noche para quarteto de cordas; Hacia el comienzo, três canções para mezzo e orquestra (texto de Octavio Paz); Cuicani para flauta e clarineta; Dos Nocturnos para mezzo e orquestra (textos de Rubén Bonifaz e Alvaro Mutis).

"Compus Simurg em 1980 em homenagem a Gerhart Muench, pianista extraordinário e artista de primeira linha que vive no México há mais de 30 anos. Para ele, a música é, mais do que nenhuma outra arte, conhecimento do ser. Gosto de pensar que Muench d uma ave, um pássaro, que faz tempo iniciou uma longa viagem na procura do saber. Tenho querido 'traduzir' na minha obra certas características da personalidade deste notável compositor assim como o seu 'gesto' interpretativo."



EDUARDO CABA


Nasceu em Potosí, Bolívia, em 1890 e faleceu em 1953. Realizou estudos de harmonia com E. Melgar e posteriormente, em Buenos Aires, contraponto com Felipe Boero. Viajou com bolsa de estudos à Espanha onde estudou com Joaquín Turina e Pêra, Casas. Neste país residiu até 1942 ano em que assumiu a direção do Conservatório Nacional de La Paz no seu país. Encontra-se entre o documento folclórico ao qual recorre para o

modificar, e a criação pessoal. Tem sido o primeiro em manifestar com linguagem madura e técnica adequada o caráter boliviano e em particular, a melancolia indígena. Sua obra recolhe dentro da linguagem tradicional muitos procedimentos da música folclórica integrando-os aos modos ocidentais e por eles a uma harmonia romântica.

Entre suas obras merecem citar-se 12 aires índios para piano, que mereciam melhor difusão, assim como suas 11 canções: dentro da música de câmara Poema de la Quena para piano, oboé e flauta, a pantomima Potosi o poema sinfônico Poema dei Charango com piano solista, o balé Kallana e várias outras de menor importância.

A Lenda Keshua (quechua) foi composta em 1936 e pertence a uma série de obras reunidas sob o nome Potosí Escrita sobre o modo hipo-dórico utiliza alternativamente compassos binários e ternários segundo a necessidade da flexibilidade expressiva.



BEATRIZ BALZI


Nasceu em Buenos Aires, possuindo a nacionalidade brasileira desde 1982. Realizou estudos musicais no Conservatório Nacional de Música e Artes Cénicas "Carlos Lopez Buchardo", diplomando-se em piano e em cultura musical. Seus professores de instrumento foram Josefa Hernandorena, Aldo Rornaniello, A. Locatelli e Mimí Berti. No mesmo Conservatório, realizou estudos de composição, com Alberto Ginastera, e de contraponto, com Pedro Saenz. No Brasil, aperfeiçoou-se em piano com José Kliass.

Tem-se apresentado em grandes centros musicais do Brasil e da Argentina, assim como México, Uruguai, Espanha, Portugal, Alemanha, Holanda, França e nos Estados Unidos. Gravou obras de autores latino-americanos para rádios e televisões de Buenos Aires, Madrid, Barcelona, Paris, Amsterdam, Colônia e Boston.

Foi convidada por vários compositores brasileiros para gravar suas obras em disco e fitas independentes, e em 1984 lançou o 1º disco de Compositores Latino-Americanos.

Desde 1974, participa ativamente dos Cursos Latino-Americanos de Música Contemporânea. Foi membro fundadora do Núcleo Música Nova de São Paulo. Integrou, como docente, o XII Festival de Inverno de Ouro Preto e deu curso de interpretação da música contemporânea na Universidade de Ribeirão Preto e na Escola "Magdalena Tagliaferro" de S. Paulo. Colaborou, como professora e intérprete, com a Escola de Música de Piracicaba, tendo tocado vários concertos para piano e orquestra sob a direção do regente e compositor Ernst Mahle.

Seu repertório destaca-se pela ênfase dada à música do século XX, especialmente de compositores brasileiros e hispano-americanos.

Desde 1977, integra o corpo docente do Instituto de Artes do Planalto, da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho"


Crítica Especializada:

"Beatriz Balzi en esta primara actuacion nos ha sorprendido favorablemente tanto por la brillante y vital madurez de su técnica como por el acertado critério con que sabe aplicaria. Domina una pulsacion extremamente ágil, desenvuelta y limpia. Con esta presentación, Beatriz Balzi se ha manifestado como una intérprete de mérito, muy completa y con autoridad para dominar todo el repertorio pianístico".

X. Montsalvatge, "La Vanguardie Espailola", 16/1/76.


"...una de las más destacadas intérpretes dal continente, que desderlando los criterios habituales de los concertistas de piano, se ha dedicado preferentemente a difundir la música latino-americana. (...) Beatriz Balzi dejó en claro sus dotes "tradicionales" en la bartokiana Sonata de Ginastera. Sus movimientos iniciales fueron aptos para que la pianista sacara a relucir un admirable temperamento y exhibiera su impecable técnica".

E.R.B., "El Pais", Montevideo, 8/11/78.


"Interpretando Chávez, Ginastera, Plaza, ou peça simples de Guastavino, Beatriz Balzi nos transporta, com talento e técnica inimitáveis, por toda a América Latina, de quem ela é a divulgadora maior aqui no Brasil. Vamos torcer para que Beatriz nos ofereça mais água desta fonte musical inesgotável...".

Walmar Cavalcanti, "Clássicos latino-americanos" Rádio Cultura de São Paulo

Agradecimentos a Ângelo Mugia (MASP)


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